Bernardo Sassetti foi um criador obsessivo e prolífero que dedicou toda a sua vida a reinventar o mundo em cada uma das suas formas de expressão.
A sua curiosidade pela fotografia aparece muito cedo, manifestando-se inicialmente como complemento do seu imaginário musical. Em 1994, Bernardo Sassetti intensificou a dedicação à fotografia movido não apenas pela paixão por esta arte mas por uma real necessidade de associar a imagem à música que escreve. Tal como aconteceu com a sua música, a fotografia foi, para Sassetti, mais do que a própria realidade, o espelho das coisas que dela se imaginam. Com o passar dos anos, essa curiosidade foi tomando conta do seu tempo e da sua forma de expressão, revelando-se como um olhar interrogativo sobre a sua própria identidade como quem procura um espelho ou mede a distância entre a suspensão e o chão.
Fez uma primeira exposição em 2007, apresentando-se no Museu Nogueira da Silva, em Braga. Em 2008, expôs na FNAC do Norte Shopping em Matosinhos, e no final do mesmo ano apresentou-se em Guimarães no Centro Cultural Vila Flor. Em 2009, a exposição rumou à Madeira, sendo apresentada na Casa das Mudas na Calheta.
Ambicionava editar “livros com fotografias acompanhados de textos e música, ou fotografias em forma de filmes acompanhados de música e textos, ou ...”. Livros que seriam, eles próprios, objectos de arte que pudessem vir a ser manuseados pelas mãos de outros, guardados em esconderijos e que, dessa forma, dialogassem silenciosa e intimamente sobre a memória, a nossa história e a identidade.